Na concepção moderna, pathos acabou sendo constantemente relacionado com a noção de doença, ou seja, de patológico. No entanto, o conceito vem do grego, língua em que significava sentimento, sofrimento ou paixão. Patético, por exemplo, deriva do termo pathos, e indica algo que produz forte comoção emocional e estaria relacionado ao ethos de quem se comove.

Dentro do pensamento filosófico grego, pathos foi relacionado por Platão ao espanto necessário para a possibilidade de filosofar (o thaumazein). O desenvolvimento da reflexão filosófica parte do pathos de fascínio e espanto. Para Aristóteles, o pathos causa mudanças em nossos juízos e pode levar a certas ações: ele marca certa disposição geral organizadora da ação do indivíduo ou de um grupo. O pathos apresenta um direcionamento de ideias e ações que indica a inexistência de uma harmonia entre ethos. É, portanto, um caminho para o desenvolvimento da hybris.

Em Hybris RPG, os pathos são os ethos mais valorizados por um personagem ou um grupo e definem suas crenças e posturas centrais, dominantes. Desta forma, cada grupo e cada personagem definirão três ethos como seus pathos. Um personagem pode ter um pathos diferente do grupo ou do grupo dominante, a depender de sua bios. O jogador deverá definir um philos para cada pathos de seu personagem.

 

O clássico personagem que dá título ao livro de Shakespeare, Macbeth, tem a ambição como seu pathos central. Outro personagem que dá título às suas histórias, Dom Quixote apresenta o senso de aventura e romance como seu pathos. Retratado no documentário Cabra marcado para morrer, o líder camponês João Pedro Teixeira tem o dever como seu pathos.

No anime Naruto, Itachi Uchiha apresenta dever como seu pathos central, assassinando todo o seu clã a fim de garantir o bem-estar geral de sua vila. O personagem Sam Porter Bridges do jogo Death Stranding tem como pathos central o trabalho, dedicando-se em tempo integral a suas entregas. Nos jogos da série Animal Crossing, o personagem Tom Nook tem como pathos central a ambição, prendendo o personagem aldeão em dívidas imobiliárias constantes que devem ser pagas para que o jogo se desenvolva.